Jerusalém é o centro de disputas há milênios. Descubra por que todos brigam por Jerusalém, analisando sua história, importância religiosa e papel geopolítico.
Uma Cidade Que É Tudo Para Todos
Jerusalém é muito mais que um ponto no mapa. É uma cidade sagrada, símbolo de fé e palco de conflitos milenares. Para judeus, cristãos e muçulmanos, Jerusalém representa algo profundo, quase divino. Como disse o líder muçulmano Saladino: “Jerusalém não é nada, mas é tudo. Jerusalém não é de ninguém, mas é de todos. Todos querem Jerusalém.”
Com mais de 4 mil anos de história, ela foi conquistada, destruída e reconstruída várias vezes. Mas o que torna Jerusalém tão especial? Por que tantos brigam por ela? Este post vai te guiar por essa jornada histórica, espiritual e política.
As Raízes Históricas de Jerusalém
A cidade de Jerusalém tem registros que remontam ao período do Bronze, entre 2000 e 1800 a.C., quando era conhecida como Salém. Seu governante mais famoso dessa época foi Melquisedeque, sacerdote e rei, citado na Bíblia.
As principais conquistas e domínios:
- Jebuseus – Chamavam a cidade de Jebus antes da conquista de Davi.
- Rei Davi (séc. X a.C.) – Conquistou a cidade e a transformou na capital de Israel.
- Babilônios (587 a.C.) – Destruíram o Primeiro Templo e levaram os judeus ao exílio.
- Persas – Permitiram o retorno e a reconstrução do templo.
- Gregos e Antíoco Epifânio – Profanaram o templo, gerando revoltas judaicas.
- Romanos (70 d.C.) – Destruíram o Segundo Templo. Mais tarde, o imperador Adriano expulsou os judeus e renomeou a região como “Síria Palestina”.
- Muçulmanos, cruzados e mamelucos – Alternaram o controle por séculos.
- Império Otomano (1517 a 1917) – Manteve domínio por 400 anos.
Essa sequência de conquistas reflete a importância estratégica e simbólica de Jerusalém ao longo da história.
Jerusalém: Sagrada Para Três Religiões
A razão central da disputa não está apenas no território, mas na espiritualidade. Jerusalém é sagrada para as três maiores religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Judaísmo
- É a cidade mais santa para os judeus.
- Lá foram construídos o Primeiro e o Segundo Templo, no Monte Sião.
- O Muro das Lamentações é o local mais sagrado remanescente.
- É o centro do movimento sionista, que visa o retorno do povo judeu à sua terra ancestral.
Cristianismo
- Jerusalém foi o palco da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
- Lugares como o Monte das Oliveiras, o Calvário e o Santo Sepulcro são considerados sagrados.
- A cidade representa o cumprimento das profecias cristãs e o início da salvação.
Islamismo
- É a terceira cidade mais sagrada do Islã, depois de Meca e Medina.
- O Domo da Rocha, construído sobre o Monte Moriá, marca o local de onde, segundo a tradição islâmica, Maomé subiu ao céu.
- O local é reverenciado como Al-Quds, “a sagrada”.
Essa sobreposição de significados faz com que nenhum grupo queira abrir mão da cidade, tornando o conflito profundamente religioso e existencial.
A Geopolítica Moderna e o Conflito por Jerusalém
Se a religião é o coração da disputa, a política é o sangue que circula por ela. A partir do século XX, a geopolítica internacional transformou o Oriente Médio em um campo minado de interesses.
Fim do Império Otomano
- Após a Primeira Guerra Mundial, os britânicos assumiram o controle da região, sob o chamado Mandato Britânico da Palestina.
- As potências europeias dividiram o território sem considerar a complexidade cultural e religiosa local, plantando as sementes do conflito atual.
Criação do Estado de Israel
- Após o Holocausto, a comunidade internacional apoiou a criação de um Estado judeu.
- Em 1948, a ONU aprovou o plano de partilha da Palestina, criando Israel.
- Os países árabes rejeitaram a proposta e iniciaram uma guerra contra o novo Estado.
Guerra dos Seis Dias (1967)
- Israel venceu e tomou Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Gaza, Sinai e Golã.
- Jerusalém passou a ser controlada integralmente por Israel, que a declarou sua capital eterna e indivisível.
- O controle de territórios com valor hídrico e estratégico é essencial para a sobrevivência dos países na região.
Jerusalém Hoje: Um Ponto de Tensão e Esperança
Hoje, Jerusalém continua sendo:
- A capital política de Israel (reconhecida por alguns países, como os EUA, mas não pela ONU).
- Uma cidade dividida de fato, com tensões diárias entre judeus e árabes.
- Um símbolo da esperança de paz — ou da ameaça constante de guerra.
Iniciativas internacionais tentam mediar um acordo, mas a complexidade histórica, espiritual e política ainda é um obstáculo gigantesco.
Jerusalém, Centro do Mundo
Por que todos brigam por Jerusalém?
Porque ela representa a alma de três povos, três histórias e três fés. Porque Jerusalém não é só um pedaço de terra, mas uma ideia sagrada, uma promessa divina e um símbolo de identidade.

Quem controla Jerusalém, controla não apenas um território, mas uma narrativa milenar.
Para haver paz ali, será necessário muito mais que acordos políticos. Será preciso reconciliação entre memórias, religiões e esperanças. Jerusalém é o teste final da capacidade humana de viver em paz com a diferença.
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